domingo, 21 de abril de 2013

EXEMPLOS DE FAMÍLIAS DE ASSENTADOS QUE MERECEM A TERRA - Sucessos e dificuldades para se estabelecerem na terra - Modelos de propriedades de assentados - Todos são estimulados a permanecerem na terra, vivendo e produzindo para si e para outros - Inclusão social e econômica das famílias - Como conviver harmoniosamente com a comunidade e a natureza - Página do lote de Roberto, conhecido como Canivete

Iniciaremos uma série de postagens mostrando as conquistas e dificuldades das famílias assentadas no município de São Carlos.
São exemplos de como alegrias e tristezas - que podem ser superadas -  acompanham a trajetória das famílias que por anos lutaram por um pedaço de terra junto às autoridades e ao Incra.
Os que precisam e gostam da terra são os que a merecem.


Lote 50, do assentamento Nova São Carlos, sob a titularidade do Sr. Roberto Chaves Gonçalves, o Canivete



Uma das primeiras construções do Sr. Roberto foi um
estaleiro para suportar duas grandes caixas d`água,
que ficam próximas da estrada para serem reabastecidas
pelo caminhão pipa. A água encanada deveria chegar
primeiro que a luz. O ideal seria a energia e a água
estarem instaladas desde o início.
A primeira preocupação : a água
O Canivete é um assentado bem ativo. Depois de construir a sua casa provisória - um barraco até grandinho - , uma de suas primeiras iniciativas foi construir um elevado próximo à estrada para instalar duas grandes caixas d`água. É que os assentamentos geralmente são feitos meio às pressas pelo Incra e outros órgãos públicos. A água encanada, até abril de 2013, após 3 anos, ainda não chegou. Então, a única
saída é o novo assentado depender da água do caminhão pipa da prefeitura de São Carlos. Pelo menos, nos primeiros anos, têm-se água para os afazeres da casa e para alguns animais e poucas plantas. Muitas famílias, principalmente no tempo sem chuva, são obrigadas a buscarem água em seus veículos ou até mesmo em carroças. Alguns tentam abrir um poço ou cisterna. Alguns  poucos, que moram próximos do córrego, chegam a instalar bombas provisórias. Mas, este não é o caso do Sr. Roberto e da grande maioria.


O Sr. Roberto já comprou, por conta própria, tijolos e
telhas para sua futura casa de alvenaria.
Observe as mamoneiras : elas são úteis na propriedade,
pois espantam mosquitos e produzem um composto
orgânico muito rico em magnésio.

Seria melhor : água e energia desde o início
Os órgãos relacionados à energia e à água dizem que não há verbas suficientes para a instalação imediata de eletrificação, captação de água e distribuição. Os assentados são até bem tolerantes com a demora. Porém, deveriam ser mais rapidamente atendidos em suas necessidades, pois, além de um problema habitacional, os assentados deveriam ser mais considerados como fazendo parte do grupo dos pequenos produtores rurais, que atendem boa parte da demanda de alimentos pelos que moram nas cidades.









Esforço e produção
O Sr. Roberto cria umas 20 cabeças de porcos.
Eles são bem tratados, pois há uma grande plantação
 de milho na propriedade.
As dificuldades iniciais são muitas. Nos primeiros dias que as famílias se mudam para o lote definitivo, não há muita diferença dos acampamentos onde moravam. Mas, continuam firmes, animados, decididos, cheios de bons planos. Alguns, por falta de estrutura, e não de vontade, desistem ou demoram mais tempo para realmente morarem na terra e fazerem-na produzir. Isto é, até certo ponto, compreensível, pois o êxodo rural do século XX viciou as pessoas nas comodidades das cidades e aos que gostavam de trabalhos rurais, ensinou-lhes apenas as tarefas da monocultura, como as colheitas de cana e laranja. A maioria gosta da terra e deseja morar nela, mas precisam ter um tempo para se reacostumarem. Enquanto isso, o apoio do poder público é fundamental para receberem estímulos para a produção, tais como cursos de capacitação e facilidades de escoamento da produção rural. Felizmente, isto está sendo feito parcialmente pelo Incra e outros órgãos públicos.
Salienta-se o esforço do amigo Canivete para investir em seu lote : há dois anos gastou o equivalente a mais de 20 mil reais para pagar trator esteira que arrancou grande parte dos tocos de eucalipto, onde agora plantou sua boa roça de milho.

Na hora da foto, grande parte das galinhas estava comendo
longe e não vieram. Eles tem por lá mais de umas 60
 galinhas e patos. Uns gostam mais de criações e outros,
de plantações. E mesmo assim, uns criam galinhas e porcos.
Outros criam vacas e peixes. Uns gostam de plantar milho.
Outros gostam de plantar pomar e horta.
Todos tem o direito de viverem na terra !!


Terra para todos
No entanto, a sociedade e os poderes constituidos devem respeitar as liberdades individuais. As famílias e as pessoas são diferentes umas das outras. Umas são super ativas na roça, outras não conseguem lavrar muita terra. Umas tem maiores ambições materiais e trabalham muito para conseguirem ganhar mais
dinheiro. Outras, são menos ambiciosas materialmente e não precisam de tanta terra para subsistirem. Tanto as mais produtivas, como as poucas produtivas tem o sagrado direito de morarem na terra e da terra tirarem pelo menos o seu sustento. O erro está no modelo atual de reforma agrária, que uniformaliza a todos
como sendo produtores rurais para manterem as cidades abastecidas de bons e baratos alimentos. Sabemos que é difícil, mas o Incra deveria criar assentamentos sub-divididos em lotes maiores, médios e menores. Para quê três alqueires destinados a uma pessoa sozinha, por exemplo ? No entanto, famílias grandes ou mais ativas, se se comprometerem a tocar um lote médio ou maior, deverão cumprir o seu contrato.


O Incra e a implantação do assentamento
Foto de uma parte do milharal de mais de um alqueire.
O milho, em abril, já está no ponto de colheita. O Roberto
vai abastecer o seu paiol e ainda irá vender muito milho !!

Embora o Incra faça várias reuniões dias antes das famílias se mudarem para os lotes, parece que falta algo no sentido de serem mais bem orientadas e apoiadas em relação às potencialidades da terra e de cada família, bem como dos compromissos que devem assumir quando são temporariamente consideradas guardiãs da terra. Tudo bem. Alguns erram e isso é normal em qualquer agregação humana, inclusive, muitas vezes, por falta da devida orientação antecipada ou por falta de mais controle por parte do Incra. O importante é que, se o poder público cumprir adequadamente a sua parte, as famílias dos assentados responderão positivamente, realizando em suas propriedades, e em suas vidas, o que pode ser considerado um modelo para novas formas de sociedades humanas sustentáveis.
O Roberto e outros colaboradores eventuais são exemplos de bons assentados e merecem a terra onde vivem !!

Redigido e editado por Luiz, em 21/abril/2013



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Artigos sobre o direito à terra no Ambiente Social - blog :




Poderes dominantes sobre as famílias dos sem terra

Eliminando preconceitos em relação aos sem terra

Arbitrária reintegração de posse em São Simão-SP

A parcialidade ou imparcialidade nos julgamentos dos juízes

O direito à terra e a inalienabilidade da terra (a terra não poderia ser vendida)





terça-feira, 16 de abril de 2013

CURSO DE OLERICULTURA ORGÂNICA - Segundo mês - O que é olericultura - Primeiras técnicas ensinadas - Como fazer um composto de pilha - Aulas ao ar livre - Aprenda um pouco mais - A produção orgânica de hortaliças - Mini curso aqui na internet - Vai lá visitar !!


Curso de Olericultura e Horticultura orgânica
Desculpe !! Aguarde mais fotos do evento, pois no dia da edição tivemos problemas com a internet. Cadastre o seu email no Grupo Ambiente Alternativo para receber aviso de atualização nesta página e outras postagens relacionadas a formas alternativas de produção de alimentos, e outras.



Dois dias por mês de amizade e muito aprendizado !!


 
O professor Diego ensina como fazer o composto de pilha
Veja mais fotos, com comentários, em Fotos Picasa

Hoje(14/abril/2013) foi dada continuidade ao curso de olericultura no assentamento Nova São Carlos, em São Carlos-SP, no lote da Maria Marruá. O curso está sendo ministrado pelo Professor Diego e é oferecido gratuitamente pelo Senar - Serviço Nacional de Aprendizagem Rural em parceira com o Sindicato Rural e apoio da Prefeitura Municipal de São Carlos.

O curso é de grande proveito para os assentados e acampados, pois aprendem técnicas modernas que irão melhorar sua qualidade de vida e propiciar-lhes uma garantida fonte de renda. Os produtos orgânicos são cada vez mais procurados.
Olhe a pilha começando a ser montada. O professor e os
alunos programam as próximas atividades : fertilizante
 líquido.
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Veja reportagem da introdução e do primeiro dia do curso de olericultura orgânica




Olericultura
Olericultura é o cultivo de verduras e legumes, ou hortaliças. A diferença da horticultura é que a olericultura se resume nas verduras e legumes, excluindo os chás, plantas condimentares, algumas frutas e outras plantas de utilidade que entram na horticultura.

Os conceitos abaixo não são exatamente o que foi ensinado no curso, mas servem como complemento e arquivo para futuras consultas.



Uma área de aproximadamente 1000 metros quadrados já
está preparada com o plantio de leguminosas para
 adubação verde e com cerca viva ao redor (capim napie)
para barrar o vento.
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A olericultura orgânica
A produção é orgânica porque não utiliza adubos químicos e nem herbicidas(que matam ervas, matos e capins), pesticidas(que destroem pestes ou pragas), acaricidas(que matam os ácaros) e vários outros produtos químicos que são utilizados na agricultura convencional. No método orgânico, resolvem-se estes problemas com nutrição natural adequada das verduras e legumes e a aplicação de produtos naturais de controle.


O que foi ensinado - Compostagem
Foi um belo dia de aprendizado e práticas com a "mão na massa". Os assentados aprendem montando modelos didáticos que servirão à anfitreã do curso. Desta vez, os 25 alunos aprenderam a montar a pilha do composto orgânico, com capim, mato, restos de cozinha, estercos, calcáreo, e fósforo de rocha, além de um ativador da ação microbiana, o biogel.

Como fazer um composto de pilha
O composto deve ser montado em camadas e disposto em um terreno levemente inclinado para futuramente deixar escorrer o chorume, resultante do processo de biodegradação(decomposição feita pelas bactérias) dos materiais orgânicos utilizados na pilha. Se não tiver na propriedade um terreno levemente inclinado, procure não adicionar muito de materiais tipo restos de verduras, legumes e de cozinha. As camadas devem ser entremeadas de materiais com mais carbono(C) e materiais com mais nitrogênio(N), a fim de que se produza um composto bem equilibrado e com todos os nutrientes que as plantas precisam absorver.

Composto bem equilibrado
1 - Materiais que fornecem mais carbono (C) : capim, matos, serragem, folhas e palhas diversas de cereais.
2 - Materiais que fornecem mais nitrogênio (N) : estercos de galinha, porco, cavalo, vaca, cabra, etc..., além de restos de cozinha, alimentos perdidos, etc.
Fósforo e Cálcio
O fósforo de rocha, conhecido popularmente como fostato de Araxá, e o calcário usado para calagem e correção de solos, podem ser polvilhados entre as camadas para acelerar o processo de biodegradação, além de tornarem o composto mais nutritivo, principalmente em fósforo, pois geralmente as terras brasileiras são deficientes neste mineral.

O que é fermentação aeróbica
Enquanto se vai montando, rega-se com água, porém não muito.
A pilha de composto deve ser bem aerada(com ar) para que a fermentação seja adequada. A fermentação adequada se chama aeróbica, ou seja, se processa por bactérias que precisam de ar(oxigênio). Quando a fermentação é anaeróbica(sem ar ou com muito pouco ar), produz alguns gases venenosos e pútridos(fedidos), além de formar muito metano, gás que não é bom para o meio ambiente, pois ajuda no aquecimento global.

Como manter o composto aerado
Para que a fermentação não fique fedida - fermentada anaerobicamente - é necessário dois cuidados : não colocar excesso dos materiais que fornecem nitrogênio(N) e não molhar em excesso. Revolver(virar) as camadas, se necessário. Pode-se ir colocando pedaços de paus de mais ou menos 2 metros de comprimento, distanciados uns dos outros de um metro e em vários níveis da pilha. De vez em quando, mexe-se vigorosamente nestes paus para fazer entrar mais ar.

Bolores, não
Se ocorrer bolor(partes brancas), que não é benéfico ao composto, é sinal de falta de ar e/ou falta de umidade. Mexer e regar um pouco semanalmente, se necessário,  para evitar a formação de bolores, que são prejudiciais ao composto e às plantas que serão adubadas com ele.

Sombra ou cobertura final
Se houver na propriedade um local semi-sombreado, é preferível. Se não, pode ser feito em local aberto e com sol, mas neste caso deve-se dispor uma camada mais grossa de capim por cima. Em períodos sem chuva, as regas devem ser mais constantes e pode-se até cobrir o composto com papelões ou plásticos. Em períodos muito chuvosos, é conveniente cobrir parcialmente com plásticos, para não entrar excesso de água.

A temperatura interna do composto é muito importante
Depois de alguns dias da montagem da pilha, o processo inicial das bactérias de fermentação pode ser sentido através da colocação de uma ou mais hastes de metal até atingirem o centro e o fundo da pilha. É que, depois de mais ou menos uma semana, a fermentação é tão forte que produz calor. Então, retira-se a haste e observa-se como está quente. Esta quentura continua durante mais de um mês, quando termina a primeira fase do processo. Esta fase é muito importante, pois mata possíveis bactérias e ovos de vermes patógenos(que podem provocar doenças nas pessoas), além de tirar o poder de germinação de sementes de matos e capins. Excesso de calor (mais que 75 graus), é sinal de excesso de materiais que produzem nitrogênio (esterco, restos de cozinha, etc) e falta de calor (abaixo de 60 graus), é sinal de que na pilha tem muito capim, palha, folhas, serragem, etc(materiais que fornecem carbono). Por isso é importante equilibrar e distribuir bem todos os materiais que compõem a pilha. 
Depois da fase inicial que esquenta, vem a fase de maturação, ou cura, que necessita de mais um ou dois meses para esfriar e ficar no ponto ideal para ser usado nos canteiros.

Demora mais no tempo do frio
No tempo do frio, o processo de biodegradação, ou decomposição pelas bactérias benéficas, demora mais meses. No tempo do calor(verão), a cura (estágio final) vem mais rapidamente. O tempo de maturação do composto depende também dos materiais adicionados. Serragem fina, capim triturado e casca de café, por exemplo, produzirão um composto em menor tempo(digamos, 6 meses no tempo do frio e 4 meses no verão) e composto feito com capim, matos, galhos e folhas, demorarão um pouco mais.

O benefício final
No final, obtêm-se um adubo totalmente natural, que nutrirá as plantas fortemente, protegendo-as de pragas e doenças. Desta maneira, as poucas que aparecerem, serão facilmente controladas por técnicas e produtos naturais que serão ensinadas em outras aulas.

Não inscritos podem ir lá de vez em quando
Você, do acampamento, do assentamento ou da cidade, que não está inscrito neste curso, pode ir lá de vez em quando. Dá uma ajudinha e aprende bastante, além de compartilhar bons momentos com amigos. Tem lanche a almoço para os inscritos, então é bom você levar a sua marmita e o seu café.

Apoiadores e convite
Estiveram presentes na aula de hoje (quase o dia todo) - e amanhã a dose vai se repetir - alguns amigos do espaço alternativo Veracidade. O Leandro, o Filipe, o Fernando e outros estão dando a maior força !! Vai lá você também !!

Redigido e editado por Luiz, em 15/abril/2013

Por favor, se você copiar e reproduzir, inclua o link da fonte desta postagem, a seguir :
http://agrariossaocarlos.blogspot.com.br/2013/04/continuidade-do-curso-de-holericultura.html



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domingo, 7 de abril de 2013

ARQUITETURA E ASSENTAMENTOS HUMANOS SUSTENTÁVEIS - Estudantes de arquitetura da Usp de São Carlos iniciam projeto de construção de casas ecologicamente corretas no assentamento sem terra Nova São Carlos - Atividade didática prática do "Curso Optativo para Construção com Elementos de Madeira" - Com a utilização de outros materiais disponíveis no local - Atividade disciplinar relacionada à arquitetura vernacular - A arquitetura e a sua função social e ambiental - Em parceria com moradores do assentamento - Modelo de curso superior optativo em arquitetura - Modelo de construção de casa simples, bonita, confortável, econômica, ecológica e sustentável



O assentamento Nova São Carlos, em São Carlos-SP, recebe mais uma importante contribuição de pesquisadores e estudantes de arquitetura, desta vez com o projeto de um curso prático de construção de casa utilizando materiais encontrados no próprio lote e madeiras reutilizadas. Os alunos realizam a parte prática do seu curso optativo e os assentados aprendem como construir a sua casa ecológica.

A primeira operação é a limpeza do local onde será
construido o barracão do canteiro de obras.
Madeira de eucalipto é o que não falta ao redor.
Imagine que todas as cidades, de todo o mundo, sejam
construidas com a utilização de muita madeira : quantos
milhares de hectares seriam plantados para a construção
e manutenção das milhares de casas ecológicas ?....
Veja mais em Fotos Picasa
"A casa de uma família é uma representação da nossa grande casa planeta terra"


Foto ilustrativa de uma casa ecológica
Conheça mais digitando em Google Imagens : casas ecológicas






Todos os sábados, à tarde
Hoje, 06/04(sáb), os alunos da Usp de São Carlos e alguns assentados iniciaram a construção do canteiro de obras e de um banheiro seco. O canteiro será um barracão especial para guardar materiais e ferramentas que serão utilizados na construção da casa ecológica, além de abrigar os "estudantes trabalhadores". Eles põem a mão na massa, mesmo. Vejam nas fotos !!
O trabalho menos pesado fica para as mulheres....
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O projeto poderá se estender por anos, revezando as turmas de alunos do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Usp, que recebem aulas teóricas na universidade e aulas práticas integradas com os assentados e coordenadas pelo pesquisador Thiago.


Outras famílias poderão ser beneficiadas
O primeiro casal contemplado com a parceria foi o Gilson e a Rosemary (Mary), do lote 81. Eles estão super felizes por estarem engajados neste projeto, que lhes possibilitará uma casa de baixíssimo custo e lhes permitirá o privilégio de viverem debaixo de um teto e abrigados por paredes construidas com o mínimo impacto possível à natureza e ao meio ambiente. Outras famílias serão convidadas a participarem no projeto em sistema de mutirão. E todos poderão colaborar, inclusive os acampados próximos, recebendo em troca um riquíssimo conhecimento.

Será uma casa bonita e confortável
Mas elas também ajudam no pesado....
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Os estudos iniciais estão sendo feitos para projetar uma casa construida com palets, barro, madeira do local, capim e outros materiais que não necessitam de indústrias, de transportes e de toda a estrutura comercial para disponibilizá-los. Em um primeiro momento, pode-se pensar que no final acabará por ser um barraco diferente, apenas. Mas não é assim. Todos os detalhes são planejados, como a ventilação no interior da casa, a entrada de luz, a posição da casa em relação ao sol, a durabilidade, a isolação térmica e acústica e finalmente os aspectos ambientais e estéticos, como o telhado verde. Chique, não é ? !!

Arquitetura do próprio lugar
Entre os estudiosos profissionais, este curso insere-se no conceito da "arquitetura vernacular". Esta preocupação dos especialistas em projetar a construção de cidades, prédios e casas é relativamente recente, embora o termo refere-se às formas de construções antigas nativas, autoctones, ou do próprio lugar. Crescentemente, a arquitetura vernacular toma importância devido ao seu potencial de sustentabilidade. Não há forma mais ecológica de se construir a não ser com a aplicação de materiais e técnicas do próprio lugar e com a preocupação de se observar a realidade social, econômica e ambiental das pessoas que farão uso destas edificações. Segundo explicou o coodenador Thiago, este curso e projeto integrado é uma porta de entrada para os estudos em culturas construtivas.
A casa ecológica já está nos projetos dos futuros arqutetos
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Também é bioconstrução
Na sociedade informal, entre os alternativos, a preocupação de se preservar a vida, a natureza e o meio ambiente - no que se referir a construções de uma forma geral - recebe o nome de bioconstrução. Os bioconstrutores são leigos apaixonados por formas alternativas de construção que atendam às necessidades urgentes dos seres humanos de voltarem a se harmonizar com a natureza. Sem este importante posicionamento não se poderá pensar em continuidade dos humanos no planeta terra. Não podemos apenas querer casas boas, bonitas e confortáveis. Temos de ter certeza que os materiais e métodos utilizados na construção irão possibilitar que nossos filhos e descendentes continuem morando em casas com as mesmas características positivas, sem causar danos diretos ou indiretos ao meio ambiente. Isto quer dizer : sustentabilidade.


Os antigos inspiraram os conhecimentos científicos
Tanto os estudantes acadêmicos, como os alternativos, embasaram os seus conhecimentos na aprendizagem com nossos avós e bisavós. As chamadas comunidades tradicionais, em todo o mundo, são as verdadeiras responsáveis por este repositório riquíssimo de técnicas e materiais que merecem ser resgatados, aperfeiçoados e preservados, pois eles possibilitarão a continuidade dos seres humanos no planeta, no que depender das construções para assentamentos humanos. Os assentados e acampados sem terra são, potencialmente, um modelo para a humanidade do presente e do futuro.
Até o menininho da Mary ajuda na tomada das medidas !!
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Colaboração de outros pesquisadores e estudantes
A Mary e o Gilson também receberão apoio para o projeto de instalação de uma roda d`água, bem como o sistema de distribuição na casa e na propriedade. Esta parte será prestada por alguns alunos do curso de Engenharia Ambiental, do Campus II da Usp. Outros estudantes e pesquisadores, como os das áreas de ecologia e agronomia agro-ecológica, também poderão se integrar ao projeto principal da casa, pois a visão sistêmica e interdisciplinar é indispensável para o sucesso de qualquer projeto sócio-ambiental.

Cresce a consciência do direito à terra
A reforma agrária em São Carlos certamente se beneficiará dos conhecimentos e práticas advindas deste curso de construção de casas sustentáveis através de subsídios à "PROPOSTA, TERMO DE COMPROMISSO E MANIFESTO POPULAR...." (ver item 10, da segunda parte), um projeto que está em estudo para ser assumido pelas famílias de um segundo acampamento, além, logicamente, dos excelentes resultados que certamente beneficiarão as famílias do assentamento Nova São Carlos que optarem por esta modalidade de construção.
Este é um duto aéreo para transportar água da chuva ,
 idealizado e construido pelo Gilson,
o morador do lote beneficiado. A sabedoria tradicional
e popular precede e inspira os conhecimentos científicos
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Aprenda a construir, você também, a sua casa ecológica !!

Editado em 06/04/2013 por Luiz


Visite a segunda publicação, mostrando o andamento da construção do barracão de obras !!
Música raiz, arquitetura e visita do violonista Nivaldo




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O Capão das Antas - blog foi criado para você conhecer os projetos dos sem terra para conquistarem parte da fazenda da prefeitura (Capão das Antas) para a reforma agrária. Acreditamos que lá é possível a prefeitura implementar um projeto modelo de assentamento ecológico, agro-florestal e sustentável. Sugeriremos, ainda, que na mesma área poderão ser construidos um Quintal Didático, como complemento aos espaços verdes das escolas de São Carlos e um Centro de Pesquisas Científicas. Vai lá conhecer !!


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